domingo, 17 de junho de 2012

Abraço




Abraço...



Rodopiam-me as letras na cabeça
Martelam...tresloucadas e sofrêgas
Dançam valsas metafóricas
Correm, saltam, embatem...

Aguardam por ti... as letras
Como eu aguardo
Na ansiedade de
No silêncio da noite
Chegares mansamente
Como sempre chegas...

Com a ternura numa mão
E a alma na outra
Que vais desenovelando...
O suave perfume das hortências
Que exalas, colado a ti
Apesar de distâncias ilusórias
Bálsamo de almas perdidas
Ou recordações de vidas passadas...

Os teus sonhos
Que entram nos meus
Os meus sonhos que
Perpassam os teus

O calor de ti
Que ecoa numa voz pressentida
Em abraços... apertados
e... como te sinto...

Então...
Quando as letras percebem
A tua doce presença
Acalmam-se, descansam...
ajeitam-se, alinham-se..
e... sozinhas
Inebriadas pelo teu perfume
formam palavras
Compôem poemas
depois de me terem passado no coração
de onde levam um pedacinho

Porque eu não escrevo poemas
As letras escrevem-nos por mim...

A ti...

Paulo Lemos

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