segunda-feira, 25 de junho de 2012

Ascensão





Ascensão

Atraído pela luz do cego desnível
emergente
a escada estende-se numa planura insinuante
luminosa via nua e pura
consciência firme e rigorosa
dos destinos que nas nuvens perduram

ao cimo a luz se não envergonha já...
clama por mim... bradam os céus
que nunca dúvidas tive que me embaracem
a luz é minha... a lua segredou-mo

a esperança não me largou nunca
as estrelas gravaram-ma no coração
mesmo no meio da penumbra... a luz...
aquela... não saiu de mim jamais
a lua deu-ma...

e guardou-me na sua luz a lua amiga
quando em velhas noites me susurrava
que a escada longa e sinuosa
era ilusão para evitar... apenas
aqueles que, cansados só de olhar,
nem a ela logravam chegar...

a luz... aquela... a minha
sempre me sorriu... como a lua
que agora me olha condescendente
pois sabe que vou para o mar
onde amar é imperativo incandescente
nas noites de lua brilhante
que já não chora por mim...
nem por ti... pois sabe que vais
para onde o teu coração te mandar
aninhar-te em mim... no mar
Onde a lua nos sorri...

Paulo Lemos

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