terça-feira, 19 de junho de 2012

Renascer





Renascer



Nascemos a cada dia, virgens
acompanhando o nascer do sol
A alma, folha em branco aguarda
Pelas palavras que irão ser escritas
Pelo lápis de luz que escreve os dias

As folhas para trás, escritas noutros dias
Patamares indeléveis de passados
que se distanciam inexoravelmente
nascidas num tempo e feitas pó noutro
Estão lá e  existem, mas jazem em
folhas onde o poema não chega

O papel em branco aguarda ansioso
Pelas letras que irão escrever o dia
E outro e outro, nas albas folhas
Que cada nascer do sol nos oferece

Tenho páginas e páginas vazias
Guardadas no sol, à espera de mim
Onde, com o amor das palavras que
trago no tinteiro do coração
escreverei, com as letras
que me nasceram nos sonhos

Escrevo-te a ti, desenho-te em cada letra
Vais tomando a forma de um poema
Envolto num doce corpo de mulher
Dançarina no espelho das ilusões
Até tomares forma nas letras
Concreta substância de emoções
Poética essência de puro amor

Escrevo-te e vejo-te nascer também
Com o sol, desenhada nos contornos da luz
Que me queima a pele, ao sentir o teu
corpo agora no meu, as letras emaranhadas
nas minhas,  a folha que anseia por nós,
e...apenas ao nela nascer lhe damos expressão...  
ficando imóveis no poema,agora escrito
Não eu... não tu... mas nós,
enleados no sentido que o poema tem
porque celebra um amor
porque nele vivemos...

Paulo Lemos

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