terça-feira, 10 de julho de 2012

Asas do futuro





Asas do futuro

deslizo suavemente na flanela
dos meus próprios passos
rumores de veredas perdidas
em insinuantes caminhos
voláteis calçadas empedradas
luminosos os inquebráveis destinos

a rua na noite decalcada
passa como um filme antigo
envolta em distantes sons
de ténues iluminações oclusas

ao fundo clarões insinuantes
sol ou estrelas de papel
brilhos do porvir ocioso
liberto de medos atrasados

deslizam fachadas decadentes
na calçada que os passos
consomem radiantes
rumo a uma luminosidade
que se insinua translúcida
rua de rio e luz

libertação da cega escuridão
onde a dor foi tombando inerte
e jaz agora pútrida
na desaparecida calçada
consumida na ligeireza
dos passos do passado

assim chegámos ao
lugar sem fim... onde a
paz que a luz deslumbrante
na voz das sereias vistosas
nos encantava no chamamento
que cegos e surdos ignorámos

este é o lugar do tempo
aquele dos sonhos
que persistente
aguardou por nós
nas asas do futuro.



Paulo Lemos

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