sábado, 7 de julho de 2012

Limiares



Limiares

pressentias que um dia
o vértice que une o passado
e o futuro deixaria escapar
pelas fendas da memória
os demónios que mantinhas
ocultos

trazem-te a nostalgia oblíqua
de passos antigos
apodrecidos nas cancelas dos 
limiares obscurecidos pelo gosto
do fel que te arranha 
ainda a língua

nesse vértice clamariam pelo
sabor adocicado que se te 
eleva do coração e te conduz a
semicerrar os olhos em ânsias
e tremuras que havias enterrado

urge encetar a libertação dos fantasmas
demônios agoirentos de uma escuridão
que outrora te cobriu

a paz reclama-te numa imensidão
luminosa que há muito pressentias
chamaria por ti quando o tempo
acertasse com a luz coada
do lugar de descanso...onde
apaixonada te deitarias para
finalmente abrir os olhos para
a luz que o teu coração acendeu
iluminar o universo que agora
também é meu...

Paulo Lemos

1 comentário:

  1. Bem...perco-me sempre nestas esquinas do tempo...do passado...do presente...do futuro...que são tuas...minhas...nossas...!!!
    Beijo
    Tigeleiro

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