quinta-feira, 12 de julho de 2012

Amanhecer





Amanhecer


nasceste do ventre da noite
do tempo dos silêncios conturbados
voaste nas palavras feitas minhas
escritas no vento da dor
quando o meu tempo se extinguia

trazias a luz do luar
pendurada em dores distantes
fragmentos de um tempo esquecido
que as palavras no silêncio
iam largando na escuridão

foi a luz despertando
alagando como um raio
que crescia feito amor
e iluminava o silêncio
das palavras feitas poema

da noite fez-se dia
de mil sóis iluminada
sopro do amanhecer
cumprindo a profecia das estrelas
nas vozes caladas dos céus
nos sedosos silêncios brilhando
o som de um outro amor
há muito audível nos murmúrios do mar
onde as estrelas. descansam a luz
e nós descansamos a voz

enquanto ressoam os sinos
dos corações há tanto calados...

Paulo Lemos

1 comentário:

  1. Maravilhoso este recando...observado por ti...mais uma vez vejo poesia...Obrigada por nos fazeres sorrir de felicidade e puro encanto.
    Beijo
    Tigeleiro

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