domingo, 8 de julho de 2012

Cidades perdidas




Cidades perdidas

Sabias a limpidez do tempo, desde que escutaras o murmúrio da brisa de verão nas folhagens, ou quando, rente ao mar, adormecias nos reflexos prateados do luar, embalada pela dança mágica das vagas. E nas tardes amenas em que o sol te afagava suavemente a pele e fechavas os olhos, enquanto os sonhos te alagavam de uma agradável dormência. Aprendeste, com os pássaros que vinham de sul, as estórias que te segredaram ao ouvido, dos lugares que tinham um tempo próprio e limpo, que haveria de se tornar o teu. Quando, por fim, o teu tempo chegou, estavas já preparada para o anjo, por quem chamaras há muito, te entregar a chave das cidades perdidas. Onde irás ocupar o lugar que finalmente o tempo fez teu...

Paulo Lemos

1 comentário:

  1. Simplesmente...divino...!
    Beijo de mar..???Beijo de mar!!!
    Julia

    ResponderEliminar